A EUROPA,O EURO E AS DECISÕES INADIÁVEIS
Publicado em Jul, 19, 2011
A Europa está numa encruzilhada e deve rapidamente agir escolhendo qual o caminho a seguir e a decisão a tomar para não pôr em causa a sobrevivência da União Europeia, do Euro e das muitas conquistas que foi acumulando ao longo dos anos do pós-guerra.
Com efeito, aquilo que começou por ser um problema de liquidez da Grécia depressa se tornou numa crise persistente da União Monetária. Se países como Portugal, a Irlanda ou a Grécia vivem dificuldades há muito que conduziram à assinatura de memoranduns de entendimento com Instituições estrangeiras, o que hoje se verifica é uma muito mais grave situação que já contamina a Itália e deixa a Espanha sob apertada vigilância dos mercados e dos investidores. De uma situação que tocava cerca de seis por cento do PIB europeu, enquanto abrangia os três primeiros países atrás citados, passou-se para uma fase em que cerca de um terço do PIB europeu se encontra em risco e a justificar medidas urgentes que conduzam à reparação desta situação.
A imprensa e os media, em geral, têm reproduzido opiniões variadas sobre as possíveis soluções, anunciado cimeiras e reuniões ao mais alto nível, mas o que é necessário nesta altura é que sejam tomadas medidas concretas e pragmáticas que conduzam ao restabelecimento da confiança nos mercados. Não há mais lugar para a indecisão ou para o não entendimento dos políticos europeus e dos Bancos Centrais, os quais devem ser, com vantagem ,substituídos pela definição e aprovação de uma estratégia que conduza sem hesitações à defesa da zona euro.
A crise sistémica que a União Monetária vive não se compadece com decisões a serem tomadas pós-férias. Pelo contrário, deveremos partir para férias já com uma ideia precisa sobre como ,de forma coordenada, se vai garantir a estabilidade financeira em toda a Zona Euro.
Depois, já em Setembro, esperam-se a aprovação relativa aos vários relatórios que constituirão a base do novo Governo Económico da Europa.
Estamos a poucos dias de reuniões determinantes para que possamos verificar se efectivamente é possível, com coragem e determinação, continuar a construir a Europa e salvar o Euro.
19 de Julho de 2011
