Bom ano 2024 - Tributo a Robert Solow e a Jacques Delors
Publicado em Jan, 11, 2024

Caras e Caros Colegas,

Neste início de 2024, quero começar por reiterar os meus votos de um Bom Ano Novo, pleno de realizações pessoais e profissionais.

Vai ser um ano complexo, sob todos os pontos de vista, e será importante a intervenção dos Economistas e da sua Ordem, no sentido de chamar a atenção para a necessidade de valorizar a competência, a ética e a responsabilidade de todos, na resposta aos diversos desafios que o País terá pela frente. A começar pelos Economistas no exercício das suas próprias responsabilidades cívicas e profissionais.

Levamos hoje ao conhecimento dos colegas, a terceira edição da Newsletter Visão Global 360 que seleciona algumas das notícias e discussões mais relevantes sobre a economia global que foram publicadas durante o último mês de dezembro.

O ano de 2023 termina com a notícia da morte, aos 99 anos, de Robert Merton Solow, Prémio Nobel da Economia em 1987, Professor Emérito do MIT, colega de gabinete de Paul Samuelson e professor de outros reputados Prémios Nóbeis como, George Ackerlof (2001), Joseph Stiglitz (2001), Peter Diamond (2010) e William Nordhaus (2018). Foi ainda professor de outros notáveis economistas de que destacamos Mario Draghi, ex-presidente do BCE.

Convido os colegas a ler a Nobel Prize lecture que integra a Newsletter.

Gostaria, também, de destacar a notícia do MIT Press, que abre a Newsletter, e que faz uma síntese muito interessante da vida académica e dos contributos de R. Solow para a ciência económica, em particular para a teoria moderna do crescimento de que é considerado um fundador, abrindo caminho, inclusive, para os posteriores desenvolvimentos em termos de crescimento endógeno, designadamente através dos trabalhos de Paul Romer, igualmente laureado com o Nobel em 2018.

É muito interessante a postura de Solow relativamente ao desenvolvimento da ciência económica, afirmando que as ideias verdadeiramente boas apenas aparecem de vez em quando e que preferia ensinar um estudante verdadeiramente brilhante a escrever um paper medianamente interessante.

Uma postura que parece ter produzido grandes resultados no que respeita à sua própria atividade.

Ainda no final de 2023, aos 98 anos, desapareceu um outro grande Economista, este de pendor menos académico e mais político — embora não menos importante em termos de influência na economia e na sociedade —, que foi Jacques Delors. Formado na Sorbonne, exerceu funções de Professor Visitante na Universidade de Paris-Dauphine e na Escola Nacional de Administração. Foi Presidente da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI da UNESCO e, nesta qualidade, foi autor do Relatório de referência, “Educação, um Tesouro a descobrir”.

Foi parlamentar europeu, entre 1979 e 1981, ministro da Economia e Finanças do governo francês, entre 1981 e 1983 e ministro da Economia, Finanças e Orçamento, entre 1983 e 1984.

Seria, no entanto, na construção do projeto de integração económica europeia que Jacques Delors daria o seu maior contributo. Enquanto Presidente da Comissão Europeia, entre janeiro de 1985 e janeiro de 1995, foi o grande impulsionador do mercado único e da criação da União Económica e Monetária que ficaria consagrada no Tratado de Maastricht, assinado em 1992 e que haveria de conduzir ao euro em janeiro de 1999.

Voltando aos desafios que iremos ter pela frente em 2024, e as responsabilidades que temos como Economistas e como Ordem, sem dúvida que Robert Solow e Jacques Delors deverão estar presentes como referências.

O primeiro, como referência para o aprofundamento da discussão sobre os constrangimentos estruturais que impedem o crescimento sustentado da economia portuguesa e a necessidade de introduzir uma visão estratégica, de médio e longo prazo.

O segundo, como referência para a discussão do desenvolvimento do projeto de integração europeia no contexto atual e o papel de Portugal.

Dois temas que irão constituir, igualmente, uma referência central, num ano de grandes opções nacionais e europeias, sem esquecer os desafios globais. E, também estar presentes nas diversas iniciativas que a Ordem dos Economistas se propõe levar a cabo em 2024.

A terminar, duas informações de organização interna.

Foi decidido pela Direção abrir um novo período de candidaturas a Membro Sénior e Membro Conselheiro, cujos títulos serão objeto de entrega formal na Sessão de Encerramento das Comemorações dos 25 anos, que terá lugar em maio de 2024. Toda a Informação necessária será disponibilizada oportunamente através de e-mail e no site da Ordem.

Uma comparação entre o novo estatuto da Ordem, publicado em 18 de dezembro de 2023 (Lei nº 75/2023) e o estatuto anterior, pode ser encontrada no site da Ordem. Para aceder, clique aqui.

A todas e a todos, envio as minhas melhores saudações.

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